domingo, 29 de junho de 2014

O que Nadal tem que a Seleção não tem?


A Copa do mundo caiu exatamente no período do torneio de Wimbledon, um dos torneios de Grand Slam, portanto resolvi usar os dois esportes para tentar entender o que acontece na seleção brasileira.

O que Nadal tem que a Seleção não tem? Muitos responderiam de imediato: “controle das emoções”. Não estariam de todo errados, mas escolheram justamente o ponto que menos importa.

Nadal tem uma força mental inegável e absolutamente superior, mas se isso fosse o fundamental para ser tenista, Bobby Fisher (Enxadrista) seria o maior vencedor na história do tênis.

A primeira diferença essencial vem fora dos jogadores. São os técnicos. Enquanto Nadal tem um treinador atento, seu Tio Toni, a Seleção tem um animador de torcida. Diante de um resultado difícil, Felipão vai com seus discursos patrióticos tentar fazer a diferença. Nunca fez. Em 2002, quem fizeram a diferença foram Ronaldo e Rivaldo, em 1994 foram Romário e Bebeto.  Em 1970, um time de meias-esquerdas, Gérson, Rivelino e Tostão, (posição inexistente hoje), verdadeiros camisas 10. As outras copas não vi, logo não vou opinar.

Voltando aos técnicos, Tio Toni e seu sobrinho analisam seus adversários e procuram por onde vencê-los, e treinam, treinam, treinam até chegarem próximo a perfeição, e então continuam treinando porque apenas a perfeição, objeto inatingível, os move para frente.

Felipão teve três semanas com seus jogadores na Granja Comary, nome muito apropriado, onde fez treinamentos abertos sem treinar esquemas táticos, posicionamento, jogadas aéreas (que fez falta contra o time baixo do Chile), mas recebendo apresentador da Globo que desceu de helicóptero, e permitiu um OBA-OBA em volta da Seleção, que segundo as palavras do próprio Felipão, seria a campeã do torneio.

Aqui voltamos ao ponto em que a imprensa está “justificando” o péssimo desempenho do time brasileiro: “Os brasileiros estão sentindo a pressão”. Que pressão? A pressão que o próprio Felipão impôs ao garantir que este time seria campeão? A pressão da torcida? Ué? Isso não faz parte do vencer grandes títulos?

Isso soa como uma desculpa, apenas uma desculpa. Júlio César chorou antes das cobranças, o vilão da derrota estava indicado. Nada mais historicamente correto que um bode expiatório fosse criado nas terras mineiras. Os mineiros não criaram Tiradentes? Que virou Mito (no sentido de um heroísmo inexistente) bem posteriormente a sua morte? Mas Júlio César, ontem, não queria ser Tiradentes, apesar do choro. Queria ser Manuel Deodoro da Fonseca, que ao proclamar a república tornou os brasileiros independentes. (Se é que algum dia o fomos). Júlio César, o Marechal, não o imperador, garantiu a permanência do Brasil na Copa, jogando pra lama a teoria de que emoção demais perde jogo. O Júlio, emocionado ao ponto das lágrimas antes do jogo acabar, foi quem manteve o Brasil na Copa, mas deixando a pergunta: Até quando?

Se este time não fechar os treinamentos e conseguir o milagre de em menos de uma semana arranjar um esquema tático, ou mais de um que não seja: “Manda a bola pro Neymar que ele resolve” virá uma derrota para a Colômbia, time sem jogadores de “renome” como os brasileiros, mas muito bem treinado pelo argentino Pekerman, com esquemas táticos que o fizeram suprir uma grande perda em termos de talento individual que é o Falcão Garcia.


Então voltando à pergunta do Post: O que tem o Nadal que a Seleção não tem? Tudo, eu diria. Mas o que irá fazer a diferença, para o sucesso ou fracasso da Seleção, é o estudo do adversário, conhecimento da força e das fraquezas do oponente e treino, treino e treino, e quando achar que está bom, treinar mais ainda.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

A Volta de Uma Paixão.


Diante de tantos desafios enfrentados nestes últimos anos, achei que minha paixão pelo futebol havia acabado.

Veio esta Copa do Mundo de futebol e o pouco interesse no destino da seleção parecia confirmar o fim desta paixão.

Hoje à noite, porém, o Canal Brasil passou o documentário “Bahia, minha vida” sobre o time tricolor. Revi parte do time campeão do Brasil de 1959. É, campeão do Brasil porque só havia um torneio nacional, a Taça Brasil que reunia os campeões estaduais. O Bahia venceu o Vasco nas semifinais e o poderoso Santos de Pelé na final.
Não revi porque era vivo na época. Ainda não tinha nascido, mas porque conhecia as “figurinhas” do time do Bahia, principalmente o Nadinho, goleiro, que era professor do Colégio Marista e me chamava de “meu beque”.  Certamente porque eu tinha uma regra básica, passava a bola ou o jogador, nunca os dois. Mas como gostava de sair da defesa para o ataque aonde fazia muitos gols, ele escalou-me de centroavante, posição que não mais larguei. Revendo estes ídolos da minha infância foram aparecendo os primeiros apertos na garganta.

Com depoimento do grande Evaristo de Macêdo, revivi as emoções do título de 1988. Mais apertos.

Vêm os depoimentos da torcida, quando um rapaz contou a história de ter tirado o pai desenganado do hospital para ver seu último jogo do Bahia. Pai este que o havia levado para ver seu primeiro jogo.

Por fim, o documentário fala da união da torcida com o time e a sua volta a 1ª divisão, com um depoimento emocionante do jornalista do SporTV Marcelo Barreto.

Enfim, uma sucessão de nós na garganta. Quando na passagem dos letreiros pude perceber algo mais que aquela emoção de lágrimas contidas. Ouvi um som bastante distinto:
Tum-dum. Tum-dum. Tum-dum.

Meu coração batia com uma paixão que achei perdida. Ele continuava a bater:
Ba-dum. Ba-dum. Ba-dum.
Ba-êa. Ba-êa. Ba-êa.

A paixão não estava perdida. Estava esquecida, em algum canto, a espera de um documentário para voltar.

Obrigado Canal Brasil.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Os Números de Um Gigante.


Nadal vem estabelecendo uma estatística fantástica em sua carreira e alguns “Federistas” continuam insistindo em negar-lhe o talento.

Na fixação pelo ídolo suíço vivem repetindo o número 17, de torneios de Grand Slam conquistados pelo incrivelmente talentoso Roger Federer. Como podem ver, não sou estúpido de negar o inegável, o imenso talento do tenista suíço, mas infelizmente os torcedores deste insistem em ignorar o talento de Nadal, tenista capaz de fazer números inacreditáveis, todos ignorados pelo fanatismo iludido de uma considerável fatia de torcedores do Federer. São do tipo que saem à rua de guarda-chuva, encontram o céu sem nuvens, ainda assim abrem o guarda-chuva e ficam dizendo: “Está chovendo”.

Eis alguns números do Nadal que estes torcedores insistem em ignorar:
Entre os Tops10 atuais, no confronto direto Nadal tem vantagem contra todos: 23x19 contra Djokovic (2); 12x1 contra Wawrinka (3); 23x10 contra Federer (4); 15x5 contra Murray (5); 18x3 contra Berdych (6); 22x6 contra Ferrer (7); 8x4 contra Del Potro (8); 5x0 contra Raonic (9) e 7x0 contra Gulbis (10). Se apenas isto não for uma prova de sua superioridade ante os demais, não sei mais o que pode ser considerado.

No entanto, não faltam outros números que demonstram sua superioridade:

É o único tenista da história a vencer pelo menos um torneio de Grand Slam durante dez anos seguidos.  O mesmo para torneios Master 1.000.

Tem o recorde de 27 torneios de Master 1000 e o recorde da média de 2,7 torneios por ano.

Junto com Wilander, são os únicos a terem mais de um Slam nos três tipos de piso: saibro, grama e sintéticas.  O que demonstra a versatilidade de Nadal e desmente os ignorantes  que insistem em chamá-lo de especialista do saibro.

Tem 90 vitórias em 91 jogos de cinco sets em piso de saibro. Ele é de fato, o rei do saibro, mas não um especialista no sentido de não ser excelente em outros pisos. Para mostrar este fato, um número relevante. No confronto com Federer, em outros pisos que não o saibro, Nadal ainda leva a vantagem de 10x8.

Somente a título de comparação, sem intenção de menosprezar os adversários, cujos números também são respeitáveis, eis os percentuais de Nadal em torneios de Grand Slam comparados com os de Federer, “o melhor de todos os tempos”, ENTRE ASPAS e Djokivic, “o melhor da atualidade”, ENTRE ASPAS:

Nadal alcançou as finais em 53% dos torneios de Grand Slam disputados, contra 39% de Federer e 34% de Djokovic. Nadal venceu 37% dos torneios de Grand Slam disputados , contra 27% de Federer e 16% de Djokovic. Nadal venceu 89% dos jogos de todos os torneios de Grand Slam que disputou, contra 86% de Federer e 84% de Djokovic.

Apesar de discordar  do termo “melhor de todos os tempos” porque compara épocas distintas, os números de Nadal me deixam tranquilo de dizer que na minha opinião, OPINIÃO, repito, Nadal não é apenas o melhor tenista de todos os tempos, mas o melhor atleta de todos os tempos.


Não tiro a razão de quem discordar da minha opinião, mas o que não pode ser negado, nem por estes que discordam, é que os números de Nadal, de significância estatística, nas suas médias, mostram que é o tenista de melhor rendimento em termos de vitórias na história do tênis.  FATOS que se demonstram pelos números, quando aos fatores subjetivos tais como, beleza dos golpes, etc..., que sejam julgados subjetivamente. E neste caso, o bom senso de usar o termo OPINIÃO, será sempre de bom tom. 

domingo, 8 de junho de 2014

Uma cama vazia. An empty bed.



Quando morri, um quarto de século atrás, (When I died, a quarter of a century ago,)

Não me aceitaste no paraíso. (You did not accept me in paradise.)

Tampouco me enviaste ao inferno. (Or sent me to the hell.)

Atiraste-me, como um trapo velho, de volta a vida. ( You threw me, like an old rag, back to life.)

Desde então, até agora: (Since then, until now: )

Tiraste-me o propósito. (You took from me the purpose.)

Roubaste-me os sonhos. (Stole my dreams)

Iludiu-me com falsos amores. (Eluded me with false loves.)

E riu de minha ingenuidade. (And you laughed at my naivete.)

Para não dizer que não me deixaste nada, (To not to say that you didn't leave me anything,)

Ainda resta no meu quarto: (Still left in my room: )

Uma cama vazia. (An empty bed.)