sexta-feira, 26 de abril de 2013

Pontos.



Todos somos átomos que convergem para assumir a forma de nosso corpo humano. Todos somos como pontos de lápis numa folha de papel. A forma que assumimos é importante. Podemos ter a forma de uma sociedade aonde equidade e justiça não sejam meras palavras em dicionário. Podemos manter a nossa forma de sociedade apodrecida em todos os sentidos, corrupta e iníqua. Mas para que esta forma seja mudada é preciso conscientização da sociedade em todos os seus segmentos. É exigir representatividade de seus políticos, que atualmente representam apenas os seus próprios interesses. É exigir comportamento ilibado da Justiça, punição aos corruptos, sejam políticos, grandes empresários, juízes ou advogados. Fazer valer a lei para todos e mudar as leis que protegem os bandidos.

Individualmente podemos dispor as ações (pontos) de nossas vidas para que esta assuma uma forma que agrade a nós mesmos, mas como sociedade cada um de nós é apenas um ponto, e se permanecermos como cordeiros e ovelhas deste outro post aqui, os pastores (políticos, etc) continuarão a dar a nossa forma o aspecto repugnante que a sociedade brasileira tem hoje. 

You.




My Sweet Karla, 

There is only few weeks that you left and I already feel your absence.

You told me that admired me because I didn't show fear under any circumstances.

Nothing threats me at all; the only thing I fear is that you have been just a figment of my imagination, so perfect were you.

Thinking of you I did this poem. I forgot that you don't understand Portuguese, so I translated although I think the most appropriate language to poems is Portuguese. The original in Portuguese can be found here.

You
You are the salt of my gluttony,
The sky of my hope,
The heat of my desire,
The Sun of my joy,
The southern path that I shouldn't follow.
That is, The North of my life,
You are the Moon of my dreams,
The impotence of my love,
The land of my day to day.
The sweet of my soul.
You are the song that enchants me,
The silence that deafens me,
The darkness of my freedom,
The light of that sweet prison,
Which is to be in your arms.
That's because you're mine,
Because I am yours,
Instead of us being for both of us.


quarta-feira, 24 de abril de 2013

WOW - 1

Quando nossas retinas se acostumam com imagens tristes, nada melhor que substituí-las por belas imagens. E não há nada no mundo mais lindo que as mulheres.










sábado, 20 de abril de 2013

Uma Carta para Você.



Prezada amiga,

Estava sentindo falta de escrever aquelas velhas cartas de amor. Pensei em escrever para uma musa, que me inspirasse, depois vi que não deveria ser uma carta de amor porque há tantas formas de amor, há o amor-carnal; o amor-amizade; o amor-identificação; o amor alma-irmã; o amor-admiração; o amor-distribuído; o amor-guardado; o amor que beija a boca; o amor que beija a fronte; o amor que apenas abraça, mas que sempre estará lá quando você necessitar e tantas mais outras formas de amor. Resolvi que escreveria uma carta de amor-presença, para você.

Sim, para você, que está bem consigo mesma e aproveitando todos os momentos felizes que a vida tem a oferecer. Estou aqui para te dizer que gostaria de compartilhar desta sua felicidade, deste momento especial em tua vida. De ouvir aquela música que te faz feliz e te dizer que também gosto desta música, se de fato gostar, se não gostar não direi nada, afinal por que iria cortar o seu barato? (BARATO – Gíria antiga que significa diversão).

Esta carta também é para você. Você que está se sentindo sozinha mesmo tendo amigas e amigos. Sente-se sozinha porque acha que não é compreendida e às vezes muda seu jeito de ser em busca de aceitação por não saber lidar com a solidão. Eu te digo, minha querida, que eu te aceito como você é. Compreendo-te, mesmo que seja uma mentira no aspecto de entender a extensão de seus sentimentos, mas sendo verdadeiro no sentido de que entendo principalmente a sua necessidade de preencher aquele vazio que a faz procurar uma mídia de interação. Se toda voz precisa e deve ser ouvida, estou aqui para isso, para te ouvir. E te aceitar, assim como você é.

Mais ainda, esta carta é para você, que se sente realmente em estado de completa solidão. Eu preciso te dizer que os momentos de solidão podem ser muito bem aproveitados para expandir os limites de sua mente, para adquirir mais conhecimento pela leitura, pela admiração da Arte em todas as suas formas e usar este conhecimento para apreciar a beleza das pequenas coisas a sua volta e comungar com os pequenos sinais que a natureza te manda para te dizer que você não está sozinha, apenas não consegue enxergar quem está com você mesmo não estando ao seu lado. Pense nesta carta como um pequeno sinal, mas GRITADO, que tem alguém do seu lado, mesmo estando tão longe de ti.

Com amor e muitas saudades de VOCÊ,
EU. 

sábado, 13 de abril de 2013

Você


Você é o sal da minha gula,
O céu da minha esperança,
O cio do meu desejo,
O sol da minha alegria,
O sul do caminho que não devo seguir.
Ou seja, o Norte da minha vida,
A lua dos meus sonhos,
A impotência do meu amor,
A terra do meu dia a dia.
O doce da minha alma.
Você é a canção que me encanta,
O silêncio que me ensurdece,
A escuridão da minha liberdade,
A luz dessa doce prisão,
Que é estar em seus braços.
Isso porque você é minha,
Porque eu sou seu,
Em vez de sermos de nós dois.



sábado, 6 de abril de 2013

A Amizade e a Recompensa



O meu filho mais velho poucos anos atrás me fez uma pergunta quando eu parti juntamente com alguns colegas, para um país africano tentando ajudar pessoas que não tinham recursos nem acesso a um atendimento médico decente: “Porque vocês se arriscam tanto, enfrentando perigos por pessoas que não conhecem, sem receber nada em troca, pelo contrário, gastando do próprio bolso, sem o apoio de governos que não querem vocês por lá e principalmente sabendo que a ajuda de vocês não mudam o principal problema que é a extrema pobreza destas pessoas”?

Eu não tive uma resposta clara, porque não havia uma. Como exprimir um sentimento que não pode ser repartido senão pela própria experiência? E foi exatamente isso que respondi: “Quando você for maior de idade, te levarei e você verá com seus olhos qual a imensa recompensa que recebemos por esta ajuda no olhar de quem ajudamos. Não tem como descrever isso, você terá que vivenciar”.

Bem, meu filho ainda não atingiu a maioridade, portanto esta promessa ainda não foi cumprida. Espero estar vivo e saudável para cumpri-la e o farei quando o risco for quase nulo, afinal a falta de senso para a autoproteção é inversa a também falta de senso para a proteção dos filhos, a nós mesmos descuidamos, aos nossos filhos superprotegemos. E não vejo nada de errado nisso.

Porém hoje, tenho algo mais do que simples palavras para dar uma pequena amostra do quanto somos recompensados por nosso trabalho. Tenho dois exemplos. Viajei quase cinco horas para ter acesso a Internet e escrever este texto para meu filho mais velho.

Ontem encerramos a primeira etapa desta viagem itinerante com nossa unidade móvel. E recebi de um velho senhor, líder da comunidade, uma rosa branca e folhas de papel manuscritas. Uma recompensa que me apertou a garganta e fez correr as duas lágrimas que permito saírem dos meus olhos em momentos especiais da minha vida.

Para que se tenha uma dimensão desta recompensa contarei um caso inverso, que tive no início de minha carreira. Ainda no primeiro ano de residência em cirurgia, fui chamado de urgência pelo cirurgião com qual trabalhava desde meu terceiro ano (sexto semestre) do curso de medicina. Um paciente, um rico fazendeiro, chegara em Salvador com alto risco de morte por ter sofrido uma facada e apesar de operado no interior o pâncreas não foi devidamente suturado de forma que o indivíduo sofreu lesões em pingos de vela em consequência ao vazamento. Operamos o fazendeiro, salvamos a vida dele. Quando da alta deste rico fazendeiro, ele pagou ao Hospital privado, porém deu calote na nossa equipe médica.

Ainda como residente, operei casos mais simples, de riscos menores, em pacientes pobres, sem cobrar e alguns destes pacientes algum tempo depois me levavam presentes que eu aceitava apenas quando da insistência dos pacientes para que eles não se sentissem ofendidos. Assim, muitas pessoas humildes mostravam sua gratidão me “presenteando” com quilos de amendoim, milho, feijão, etc... por uma simples cirurgia, quando não tinham obrigação alguma de fazê-lo, enquanto o rico fazendeiro, cujo pagamento era relativamente bem menos significativo em suas posses que os “presentes” dos humildes, este fazendeiro mostrava sua indiferença ao fato de ter sua vida salva por nossa equipe médica nos passando o calote.

Voltando ao velho senhor, líder da comunidade aonde encerramos ontem nossa passagem. A entrega de uma rosa branca é deveras significativa, pois não há jardins nos locais próximos a esta região quase desértica. Ou seja, uma viagem longa precisou ser feita para adquirir aquela rosa. Que tinha de ser branca para ser o complemento perfeito às páginas manuscritas. O que tinha nas páginas é possivelmente o melhor pagamento que já recebi na vida.
Não conhecia o autor, ignorância minha, reconheço, mas quando voltar a Salvador será uma das primeiras coisas que farei: procurar pela obra dele.

O manuscrito:

Extractos de los Versos Sencillos de José Martí.


I
Yo soy un hombre sincero
De donde crece la palma.

Y antes de morirme quiero

Echar mis versos del alma.

Yo vengo de todas partes,
Y hacia todas partes voy:
Arte soy entre las artes,
En los montes, monte soy.

Yo sé los nombres extraños
De las yerbas y las flores,
Y de mortales engaños,
Y de sublimes dolores.

Yo he visto en la noche oscura
Llover sobre mi cabeza
Los rayos de lumbre pura
De la divina belleza.

Alas nacer vi en los hombros
De las mujeres hermosas:
Y salir de los escombros,
Volando las mariposas.

He visto vivir a un hombre
Con el puñal al costado,
Sin decir jamás el nombre
De aquélla que lo ha matado.

Rápida como un reflejo,
Dos veces vi el alma, dos:
Cuando murió el pobre viejo,
Cuando ella me dijo adiós.

Temblé una vez -en la reja,
A la entrada de la viña,-
Cuando la bárbara abeja
Picó en la frente a mi niña.

Gocé una vez, de tal suerte
Que gocé cual nunca: cuando
La sentencia de mi muerte
Leyó el alcalde llorando.

Oigo un suspiro, a través
De las tierras y la mar,
Y no es un suspiro. -es
Que mi hijo va a despertar.

Si dicen que del joyero
Tome la joya mejor,
Tomo a un amigo sincero
Y pongo a un lado el amor.

Yo he Visto al águila herida
Volar al azul sereno,
Y morir en su guarida
La víbora del veneno.

Yo sé bien que cuando el mundo
Cede, lívido, al descanso,
Sobre el silencio profundo
Murmura el arroyo manso.

Yo he puesto la mano osada
De horror y júbilo yerta,
Sobre la estrella apagada
Que cayó frente a mi puerta.

Oculto en mi pecho bravo
La pena que me lo hiere:
El hijo de un pueblo esclavo
Vive por él, calla y muere.

Todo es hermoso y constante,
Todo es música y razón,
Y todo, como el diamante,
Antes que luz es carbón.

Yo sé que el necio se entierra
Con gran lujo y con gran llanto,
Y que no hay fruta en la tierra
Como la del camposanto.

Callo, y entiendo, y me quito
La pompa del rimador:
Cuelgo de un árbol marchito
Mi muceta de doctor.

XXXIX
Cultivo una rosa blanca
En julio como en enero,
Para el amigo sincero
Que me da su mano franca.
Y para el cruel que me arranca
El corazón con que vivo,
Cardo ni oruga cultivo;
Cultivo la rosa blanca.

XL
Pinta mi amigo el pintor
Sus angelones dorados,
En nubes arrodillados,
Con soles alrededor.
Pínteme con sus pinceles
Los angelitos medrosos
Que me trajeron, piadosos,
Sus dos ramos de claveles.

XLI
Cuando me vino el honor
De la tierra generosa,
No pensé en Blanca ni en Rosa
Ni en lo grande del favor.
Pensé en el pobre artillero
Que está en la tumba, callado;
Pensé en mi padre, el soldado;
Pensé en mi padre, el obrero.
Cuando llegó la pomposa
Carta, en su noble cubierta,
Pensé en la tumba desierta
No pensé en Blanca ni en Rosa.

XLIV
Tiene el leopardo un abrigo
En su monte seco y pardo:
Yo tengo más que el leopardo
Porque tengo un buen amigo.
Duerme, como en un juguete,
La mushma en su cojinete
De arte del Japón yo digo:
“No hay cojín como un amigo”.
Tiene el conde su abolengo;
Tiene la aurora el mendigo;
Tiene ala el ave: ¡yo tengo
Allá en México un amigo!
Tiene el señor presidente
Un jardín con una fuente,
Y un tesoro en oro y trigo:
Tengo más, tengo un amigo.


O manuscrito terminava assim:

Estos versos y esta rosa son un pequeño regalo para el amigo Dr. Titus y su equipo. Lleve nuestro reconocimiento y nuestro respeto eterno.

Então, meu filho, se um dia eu não puder cumprir a minha promessa de fazê-lo sentir o que significa a gratidão destas pessoas, leia estes versos e saiba que não existe nada mais nobre na vida de alguém do que ser simplesmente um amigo.